Radioastronomia

Quando falamos em Radioastronomia, logo nos lembramos das gigantescas antenas parabólicas de radio observatórios profissionais e da NASA. Equipamentos com certeza custando milhões de dólares, acessíveis somente aos radioastrônomos profissionais. Mas o que poucos sabem é que existe o mundo da Radioastronomia amadora, feita por amadores em vários países, observando desde o centro da Via Láctea, chuvas de meteoros, tempestades magnéticas em Júpiter e até mesmo monitorando pulsares. Nesta seção vamos apresentar o que é a Radioastronomia amadora, o que pode ser feito, dentro dos limites orçamentários de um amador, e o que o GPAA já fez nesta área.

 

No período de 2000 a 2004 Marcelo Kaczmarech, integrante do GPAA, organizou e construiu um radiotelescópio de meteoros. O sistema, que consistia em uma grande antena VHF, tinha por objetivo captar os sinais de tv e fm refletidos pelo “rastro” ionizado de meteoros quando de sua entrada na atmosfera terrestre. O sistema é o mais barato entre os diversos projetos de radioastronomia amadora, portanto, recomendado para quem quer gastar pouco na construção de seu primeiro radiotelescópio caseiro.

Teste do radiotelescópio de meteoros no Observatório da UEPG, em 2001

Computador recebendo os sinais captados da antena VHF

O sistema de detecção de “radiometeoros” funcionou com alguns bons resultados. O projeto foi desativado mais tarde devido à dificuldade de se obter equipamento melhor, como receptores de qualidade, computadores mais eficientes e meios de se conservar a antena, que era muito grande e muito frágil, e que se quebrava facilmente, sendo construída de finos tubos de alumínio. O princípio da detecção de radiometeoros é simples, basta entender que quando o meteoróide entra na atmosfera terrestre, ele gera um rastro de gás ionizado, que reflete os sinais de tv e fm emitidos normalmente pelas estações. O sinal refletido volta ao solo, podendo ser captado por uma antena com a proporção certa e um receptor sintonizado na frequência correta. É possível acoplar todo o sistema em um computador pessoal, de modo que, por meio de software especializado, é possível monitorar 24 horas o fluxo de meteoros na atmosfera terrestre, sobre o local de observação.

Para quem quer aprender a teoria da observação de meteoros por rádio recomendamos fortemente o site a seguir, de um radioastrônomo amador francês, que explica toda a teoria, a parte da eletrônica, antenas e dispõe até mesmo dos softwares gratuitos para serem usados na monitoração.

http://radio.meteor.free.fr/us/

Outro excelente site com extensa informação sobre a observação de meteoros por rádio é o da IMO-Organização Internacional de Meteoros. Recomendamos ao internauta utilizar o navegador Google Chrome com a função de tradução das páginas da web, de modo que poderá ler em português os tutoriais contidos nesse site.

http://www.imo.net/radio

Esquema explicativo da detecção de meteoros por rádio

Receptor VHF ligado a um computador pessoal para receber os sinais dos meteoros

Antena VHF de grande porte montada no telhado, juntamente com um “booster”

Sistema de detecção de meteoros por rádio montado no observatório astronômico da UEPG, em 2001

Antena VHF montada no observatório da UEPG

Antena VHF com um “booster” para amplificar os sinais dos meteoros

Antena VHF do sistema de monitoramento de meteoros por rádio, montada num mastro para afastá-la do teto metálico do anexo do observatório

Antena VHF desmontada, no piso da cúpula do observatório da UEPG

Antena VHF montada no mastro